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domingo, 28 de dezembro de 2008

Cueca de Vidro


Houve um dia uma mulher que despertou sua libido.
Muito inexperiente apesar de quarentão, nunca havia tido uma mulher de fato.
Por um instante onde o amor lhe escapou, entregou-se as suas delícias e permitiu-se ser aluno daquela bela professora. Amou e amou aquela tão simples e “apenas mulher”.
Dizem as pessoas, que ela era sua salvação; espontânea, além de sensual o ensinava coisas do coração.
Em pouco tempo ele desistiu, se recolheu e engoliu todo sentimento que havia despertado, como uma novidade assustadora em território desconhecido. Sentia e não estava acostumado. Fugia ao seu controle.
Tremendo de medo da sua própria libido, vestiu sua cueca de vidro e nunca mais a tocou.
Limitou-se a falar, explicar, justificar e a culpar quem o libertou a sentir prazer.
Fugiu pra dentro de si. Um universo pensante inerente ao sentimento. Precisou dar nota zero a professorinha pra sentir-se melhor. Disseram que uma outra mulher partiu a cueca de vidro em pedaços. Iludido; deixou-se usar um pouco, procurou o êxtase nas esquinas, motéis acompanhado dela, que lhe prometeu ternura e uma vida diferente.
Ela era de mentira! Fora agora enganado. Ela era incontrolável. O deixava confuso.
Quem conheceu a estória dele e o vê mergulhado nesse aquário imaginário como um Beta solitário; comenta com pesar que anda por aí vestido em cueca de vidro remendado; praguejando a cena que se repete dia a dia, mas, não consegue se libertar.
“Cristal quando quebra não remenda”. Libido aprisionada é poder desgovernado. Dizem que ele ainda vive protegido e defendido: Infeliz no amor, perseguido por ratos e louco gritando pela mãe. Pobre cego, vive ao lado dela e não a vê!

2 comentários:

Elisabete Forster Molini disse...

Caraca, eu entendi!

Elaine Barnes disse...

ahahahahaha ! Vc é uma figura! sabe tudo!!!!!!!!!!! Obrigada pela visita. te espero sempre!