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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Carne (Homenagem a Augusto dos Anjos)


Nas entranhas da terra mórbida.
Entre vermes miseráveis...
Descansarei meus sonhos fraudulentos,
A sete palmos indecifráveis.

Dentre feridas purulentas,
Minha alma em calafrios...
Sou a onda que me arrebenta...
Nos mares de lutos sombrios.

As ilusões tão mortas no jazigo,
Enterrando minha aurora adormecida...
Hão de chorar o tempo perdido;
Em odores da terra desfalecida.

Minha carne entregue a bárbaros,
Como banquete aos famulentos;
Os inimigos de outrora, lábaros...
Arrebatarão meus exércitos...tal côrvos do silêncio.

Elaine Barnes 1994

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