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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais uma vez...Pinta aí vai!


Com tinta colorida...
Pinta as rachaduras,
Pinta de amores sua vida!
Pinta um eixo na sua estrutura.
Pinta as estrias do seu corpo...
A celulite da sua barriga.
Coloca cor nas diretrizes,
Pinta de abraço suas mãos estendidas,
Pinta de amor, o debruçar nas marquises.
Põe lilás na sua boca maldita!
Pinta flores no seu olhar tão triste,
Pinta alguém na sua solidão,
Pinta de alegria e não desista!
Joga aquarela na sua depressão.
Pinta de rosa a despedida,
Pinta um sorriso na saudade;
E as lágrimas... De chuva colorida!
Pinta asas douradas na Liberdade.
Pinta de cicatriz sua ferida.
Põe branco na sua verdade,
E preto na maldade escondida!

Elaine Barnes
30/12/2008

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lugar Algum (qualquer semelhança é mera coincidência)


Estranho. Sinto saudades.
A solidão me faz sentir saudades...Até de quem não amei.
Penso. Choro as emoções da televisão.
Aproveito pra aliviar minhas verdades.
O medo da nova realidade que viverei.

Por alguns instantes perco a razão.
Saudades de mim com um parceiro.
Saudades dos sonhos que não realizei.
Por alguns instantes, dentro da televisão,
Percorro as histórias comuns e choro
para preencher o vazio, fantasio um final feliz.
Que cada personagem possa vencer!
Torço.Volto à realidade, quarto vazio.
Quem de verdade me quis?
A mesma sensação de ser inadequada;
A mesma sensação de não pertencer.
Lugar algum... Apenas a caminhada.
Sou livre pra caminhar, mas, não sei escolher o caminho.
Faço o certo, mas, por quê sempre estou errada?
O meu dragão ainda quer me comer.
E ele aparece quando a coragem me abandona.
Quando é que a defesa acaba?
Poder unir-me ao vento, flutuar, não correr...
A fuga que aumenta a distância do prazer...
Prazer de pertencer a um lugar na estrada
Saber que posso voltar pra casa.
É talvez meu único sonho. Construir meu lugar.
E ninguém poderá me enxotar.
Um lugar pra morrer e viver
Crescer...Ir...Vir...Aprender...Descansar.
Um colo, um ninho; referência segura pra viver.

Um lugar de proteção de onde ninguém me mande embora.
Um lugar que me tenha bem querer.
Que eu possa partir e na volta possa me abraçar, me aquecer.
Braços de amor que receba minha alma e minha memória.

Um lugar que espelhe meu maior sorriso.
Que fique feliz com minha companhia
Seja ele meu pequeno paraíso.
Que eu possa contar minha história
Escrita com lágrimas perdidas de juízo,
Mas que alcançou a si mesma com glória.


Elaine Barnes
(a partir daí ,sai , sorri pra mim e comecei a mudar minha história, esse lugar era dentro de mim)
4/06/04

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pedestal


Criei tua imagem,
Como a mais linda paisagem,
E perfumei com jasmim.

Coloquei-te num pedestal
E te adorei como um deus de cristal,
Lapidei, esculpi com o melhor de mim.

Sua voz era suave, às palavras doces.
O afeto e a ternura nos teus gestos...
Como eu te queria assim!

Sonhava que me visse,
Que notasse meu olhar triste,
Mas seus olhos não se curvavam!

Criei alguém que idealizei,
Cega de amor, na ilusão deslizei.
Inocente, querendo ser feliz!

Para mim era um Santo!
Mas, nunca enxugou meu pranto.
Acordei na culpa da resignação.

O que fiz comigo ao te idolatrar?
O que fez comigo em se aproveitar?
Ingenuidade infantil a minha.

Criei-te na minha geografia,
Apanhei da ventania,
Criei a cura na dor do caos.

Vi tua imagem quebrada aos meus pés,
Cacos da minha ilusão, razão da minha fé.
Tentei juntá-la... Tarde demais!

Cristal quando quebra não remenda.
Amor pra dois, com um só não vinga.
Menininha um dia cresce e se ama;

Espalha a rama,
Recolhe a cama ,
O amor se esparrama no seu chão

Quando dorme em si, desperta mulher.
Pega seu coração com bem -me -quer
E põe de volta no seu próprio pedestal.

Elaine Barnes
23/10/09

Segundo post:

Sessão Coruja apresenta...Quando o marido se torna pai e outras vezes filho

Um Certo Homem Virtual

Havia em seu rosto então, um tímido sorriso.Quase que chegava a esboçar uma alegria que ficara distante, lá atrás, num lugar perdido no tempo que não volta mais.
A alegria vive , porém mais reservada, contida.
Seu olhar revela a inquietude dos homens perdidos, mas, que busca ainda a cor da vida.
Sua alma é reveladora, se esconde atrás do personagem que fica, quando o pé direito está de saída.
Metade de si deseja um abraço tão simples, envolvente e seu olhar busca um beijo de partida. Um toque de liberdade nos lábios molhados de mulher, mesmo que seja mentira.
A outra metade, impotente diante da realidade quase incolor...
Num tabuleiro preto e branco ele joga a razão, com o sentimento adversário do amor.
Move as peças a tanto tempo que nem sabe mais se quer ganhar ou perder.
Em qual lado estará? Onde ficou o homem e surgiu o pai? Não pode beijar a filha, onde estará então aquela mulher?
Com alegria contida; asas cortadas, ele se refugia nos braços da mãe, hoje simbolizada por uma telinha.
Envolvido em seu abraço, seus dedos a tocam sentindo prazer.
Havia em seu rosto então, um grande sorriso radiante permitido;
Lá atrás, num lugar protegido, no assento seguro da paz.

(Repostagem) Elaine Barnes
3/12/2008

sábado, 24 de outubro de 2009

É Preciso Mais Que Cinco Sentidos


O tempo vai passando, os dias ficam mais límpidos e a mente mais clara.
No meu silêncio ouço seus passos dentro de mim.
Posso senti-los preocupados, porém, distantes;
Como se estivessem afastando-se do meu coração.
Meu olhar flutuando nos teus espelhos dágua,
Se perdem em mistérios que são só teus.
Minha boca se cala, com lábios fechados,
Em beijos que não se tocam mais.

Sinto o aroma doce do passado, onde o sabor sentido,
Era como se a importância pudesse cheirar no ar.
Todos os sentidos vibravam como uma sinfonia.
Os instrumentos se encaixavam em acordes suaves a tocar...Tocar...
Tocar de almas numa explosão de desejos a transcender o corpo.
Como se fosse uma canção ainda a ser escrita, mas...
A melodia pronta se ouvia dentro; como seus passos a caminhar,
Na estrada ainda não desbravada do meu interior.

Quem dera agora deixá-lo livre pra me amar!
Mas não posso libertá-lo do que fechou em ti.
Você é o dono da chave. É seu próprio guardião.

Os cinco sentidos não são suficientes para me entregar;
Preciso de algo muito maior como outrora;
Quando não sabia distinguir seus passos;
Quando não sabia que caminhavas por um solo novo que não podia ouvir, nem ver; só sentir.
Descobrir que alguém podia me amar viajando dentro de mim, colhendo meu melhor.

Depois. Ah! Há sempre o depois...A exigência de mais descobertas tomou o tempo da minha entrega e a porta foi se fechando em angústia, como se nada mais houvesse atrás dela e fechou.
Os espelhos dágua não me eram mais seguros para neles flutuar.
As águas turvas agora, revoltas a me procurar...Nenhum encontro. Tudo saiu do lugar.
Guardei os desejos em noites brandas de luar; hora na chuva, nas trovoadas; hora ao vento com seus sons distantes num eco a dizer: Amor!

E amor por mim foi o melhor caminho que trilhei, foi o único que despertou uma nova mulher
e outras deusas que estavam adormecidas. De mãos dadas a elas vivi, cresci e morri.
As quero de volta! Todas elas com seus aromas de fêmea. Passos cheios de si.
Vê-las transbordar de alegria na taça nobre do amor.

Quero na boca o sabor de mil beijos, sentir a alma transcender numa entrega,
Como porta sem sentinela; aberta para receber o milagre puro e divino de viver!
Quero o amanhã de outrora, novo como foi e livre como hoje, quando os cinco sentidos, já não tocam mais a sinfonia, mas... Meu ser vibra uma melodia que ninguém pode ouvir!

Elaine Barnes 4/11/2002

(Repetindo postagens que não tiveram comentários ano passado, partilhando com você)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Vestida De Chuva




Não quero jogar palavras ao vento,
Quando chegam ao destino,
Já mudaram de vestido.

Não quero o negativo,
Quando ele é revelado,
Todo mundo está parado.

Quero o movimento,
O sopro leve da brisa,
O que a vida precisa.

Quero ser a que vim.
E vim pra ser o quê?
Sou um eterno por que!

Por que falo de amor
Se nunca fui amada?
Fui vestida de vento e palavra.

Fui pra onde cai.
Ergui-me suja de lama,
Mas com alma limpa de quem ama.

Nua despida de vento,
Vi-me vestida de terra,
Com pó de preciosa pedra.

Porque ali nasci,
Porque ali me amei,
Foi ali, quando cai e levantei.

A chuva me lavou e chorou,
Eu pra ela sorri,
Vestida de chuva renasci!


Elaine Barnes 16/10/2009
(Fotos site Olhares)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Monólogo de um Ator à Morte




Às vezes falo e as paredes me escutam.
Ela é meu público.
Corro ao espelho e o uso como púlpito;
Protesto a arrogância e a prepotência!
Ensaio a humildade.”Eu só sei que nada sei”.
Na expectativa dos aplausos, sofro.
Ouço a morte me vaiando. Ela ali num canto,
Na coxia do meu pranto.
Defendo-me gritando, esbravejando,
Indignado quebro o espelho, destruo meu palco.
O meu público em silêncio continua lá...
Assistindo minha morte. Nem ela me entende!
Ela é a senhoria das minhas paredes;
Só quer receber o que não sei dar!
Tenho que me submeter a ela;
Ser humilde e me prostrar!
Ela é a única certeza da minha vida.
Morrer é a única forma de eu acordar.
Renovar a forma de agir e de pensar,
Abrir a esperança e fechar a ferida.
Vestir a pele com veludo da cortina.
Sem luxo.Apenas o dom manifestar.
Sem esperar, porquê a morte não tem hora;
Mas. sabe o lugar que irá sentar e ocupar.


Elaine Barnes
10/10/09
Fotos Andre Cameron e Miguel Mestre (site olhares)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Vulcão de Cristal


Hoje quero só o que tenho.
Ontem nem me lembro.
Amanhã posso sonhar...
Será que o querer é uma busca?
Ou a busca é do querer?
O que pertence a que?
Sinto que busco a mim.
Quero respostas dessa roleta.
Às vezes creio que quero querer...
Mas no fundo, não quero.
Escapo, fecho a gaveta.
E só quero ser borboleta,
Ir pousando no mundo...Encontrando prazer!
Mas, como posso querer o “Todo”;
Se não sei aonde começa e onde termina?
Quero então o mais profundo e escavo uma mina.
Em meio a ouro de “tolo” encontro um cristal de menina!
Hoje vejo que ontem então, eu só queria querer:
A plenitude de voar, mergulhar e viver com liberdade.
Hoje quero que a felicidade seja feliz de verdade.
Dentro dela também existe uma tristeza que cava.
Existem crateras e abismos, dor de saudade...
Mas, também a alegria cristalina da água.
Quero o diamante no anel da realidade.
Amanhã...Quem sabe?
Posso buscar você no meu vulcão,
Dar de presente um par pro meu coração...
E querer só te querer livre e a vontade.

Elaine Barnes 15/10/2009
Foto de João Pereira ( site olhares)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ponto e Vírgula Salada de Amor

Gosto de amar assim
De camisola de cetim
Sentir o sabor doce da manga
Ser bordada de pitanga
Amar assim rasgando cetim
Em beijos de morango e chantili
O geladinho do sorvete de graviola
O arrepio da amora que me namora
Cor de vinho que te mancha em mim
Gosto do sabor da sua boca a fim
De me beijar longamente numa nuvem
De algodão doce que me desmancha
No mel do seu corpo quente
Meu petit gattô de creme
No chão a camisola de cetim descansa
Os lençóis assistindo nossa dança
Na cama ponto e vírgula a sorrir
Gosto de amar assim...
Misturada aos teus sabores
Salada de carinho e amores
Saboreada na noite sem fim.

Elaine Barnes

foto Juliana bastos (olhares)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pegadas Apagadas




E na esquina desse mundo de meu Deus,
Encontrei-te como pedinte.
Pedia seus sonhos de volta;
A vida de outrora... Sua alegria, agora triste.
Arrependido e tão pobre de amor,
Como passarinho sem alpiste,
Borboleta sem flor.
Tive compaixão. As escolhas
Às vezes não são as melhores,
Mas, vai entender o coração!
A compreensão às vezes vem tarde.
A tempestade chega derrubando as árvores,
Leva a raiz e os frutos em pleno verão.
Como pedinte na esquina do mundo,
Vi você perdido feito um vagabundo...
Implorando pra eu de volta te aceitar.
Mas, o tempo apagou suas pegadas,
Você não mais caminhava pelas minhas estradas.
O seu adeus era pra não mais voltar.
Eu te esqueci! Não poderia sofrer em vão.
Não me fez bem te ver assim, mas...
A tempestade também lavou meu coração;
Hoje só tenho perdão em seu lugar.
Só posso te dizer que o meu “não” não é pra me vingar.
É que tudo passa... O tempo cura a ferida.
O amor pode acontecer num encontro em uma esquina,
Outras vezes elas servem pra reencontros de alegria.
Essa, pra nós, foi um cenário de despedida.

Elaine Barnes
Foto Joana Carvalhas ( Olhares)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

“A Gata” de gosto moreno

Pois é seu Zé! Como ia dizendo: - A gata me servia um café fumegante, gostoso por demais!
Eu cá admirava sua beleza e gostosura. Num passava um dia sem ela!
Ela era simples, roliça, mas a danada me fazia tão bem!
Enquanto saboreava o meu café, daqueles torradinhos, plantados e colhidos na roça; depois, passadinhos em coador de saco... E bem do ladinho assim, uns bolinhos de chuva fresquinhos com bastante açúcar e canela, eu até me perdia em pensamentos de menino que corria por ali de calção avermelhado, tingido na terra do roçado...
-Já contei pro cê né Zé que a gata nas minhas mãos queimava como o sol do meio dia?
Eu suava e ela se ria fazendo carinho nos meus lábios, como beijos molhados qual chuva quente no serrado...
Ah, ainda sinto aquele gosto moreno!
Eu tenho essas lembranças de um tempo em que o café tinha sabor sertanejo e hoje pelejo de saudades daquela gata que me servia como ninguém seu Zé. Devia ter trazido comigo aquela diaba! Que falta eu sinto dela! -Como era o nome mesmo? Sempre falo errado, diacho!
" A gata" Zé ? Como? Ah sim! Aquela boa, roliça e lascada caneca de "ágata"! Saudade viu Zé! Êita!

Elaine Barnes (olhando pra minha canequinha companheira de tantos anos, cada um se inspira com o que tem uai!)
Foto Helder Ribeiro

sábado, 3 de outubro de 2009

O Amor É Um Espírito, Não Assombração!


Não há substituto para o amor. Ele é único, assim como uma música, um poema, uma viagem, o amor por algo, alguém ou alguma coisa. Fica pra sempre marcado na alma.
Não perdemos o que amamos, apenas precisamos estar renovando a maneira de amar. Eternizamos um amor nas saudades, nas lembranças que vem com a intensidade de outrora. Não importa se o tempo passou. É imortal assim como o espírito.
Aprendemos a conviver com marcas que escondemos para contemplar o novo dia que sempre nasce. Se não fosse assim, como aprenderíamos amar a nós mesmos?
O amor não é um vendaval que passa. É uma brisa serena que nos aconchega nos sonhos simples e brandos de dá-lo a alguém, porquê é nosso! No mais é paixão. Assombração! (As paixões são maravilhosas e deliciosas e também podem se transformar em amor, senão, vira ciúmes doentio, possessividade, assombram mesmo).
Na verdade acredito num grande amor nascido da abundancia que espalhamos nas pessoas, nas situações, experiências, coisas, animais, emoções, sentimentos e Ele, o amor, retorna cada vez mais puro, até que se unifique dentro da gente com amorosidade; até que aprendamos que Ele é a cura e não a dor. Sofremos quando nos “apegamos” em nome Dele.
Ele apenas é a liberdade que tanto buscamos.
Deixá-lo livre é permitir que o tempo se ajuste a nossa própria natureza. É permitir que as pessoas “que escolhemos” se amem também e possam deixar um pouco da sua história na nossa, cumprindo sua função, sem tomar posse do que pertence a si mesmo e não a nós.
O amor expande, a carência o sufoca.
O compartilhar de estar amor, ser amor por inteiro, alimenta nossa alma, não dilui o sentir.
A dor nos amadurece ficamos tristes e choramos nossas expectativas frustradas das ilusões que criamos.
O amor é real e também se permite superar, não há substituto pra Ele, estar disponível ao amor, é estar aberto pra alimentá-lo dentro de si para que cresça mais e colocá-lo no novo dia que vai nascer, numa nova música, num verso, numa viagem, num animalzinho, num bebe...Ou numa nova oportunidade entre um homem e uma mulher inteiros. Amor não sobrevive nas metades.

Elaine Barnes 2/10/2002 (Na época saindo da dor e me compreendendo.Renovando-me pra continuar de uma forma diferente, mais pura, mais amorosa comigo mesma)