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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Num certo frasco de vidro vermelho




Nascido de seios estilhaçados cujo leite compartilhado,
Era sugado e dividido...
Puxava com ira na percepção sentida ,
O que deveria ser somente seu.
Despedia-se sem porta de saída, com aceno de faca escondida...
Do ancião que escolheu.
Pela garganta deslizavam mimos falsificados,
Cobrindo de doces as feridas que a barriga comeu.

Embalado nos valores dos seus brinquedos...
Navegou no mar escuro do medo...Onde um espelho nasceu.
Com linha tênue esticada, dividiu na mão espalmada...
O gênio louco e o reflexo de Deus.

Em seu rosto, um anjo de trigo mostrava um abrigo,
Onde o amor se deitou e o sentimento adormeceu.
Na caverna dos olhos guardava o príncipe e o mendigo...
Tímidos, se espreguiçavam nos braços de Morfeu.

Prendeu o gênio num frasco de vidro vermelho;
Encontrado no fundo do mar sombrio;
Pediu sua cabeça prostrado em joelhos...
O Alimentou de segrêdos...digeridos de um seio vazio.

De boca aberta comeu livros que o gênio vomitava...
Deu a Ele então, sua espada varonil,
E com bolor no sorriso, esperava...
A resposta abençoada acesa em um pavio.

Tampou o vidro vermelho, cor de sexo viril ...
Aprisionando o instinto, mendigo, cortado na espada,
Acusando o umbigo que do ego nasceu.

Vestiu de Deus o que não viveu... Convenceu, fingiu...
Não sentiu o amor, mas leu...
Nos lábios vermelhos de uma boca tampada.

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