Lá vai o trem do tempo,
A me levar num vagão.
Triste no descampado, o vento...
Sopra suave sem razão.
A paisagem zomba correndo...
Marejando meus olhos vazios.
As linhas a desenhá-los, morrendo....
Nos trilhos dos caminhos sombrios.
O som do apito é um aviso,
Que o trem não tem parada;
E os meus olhos tão sofridos...
Seguem perdidos na estrada.
Outras linhas vão cruzando;
Marcando-me a face cansada;
Seu destino vai traçando...
Deixando minha alma calada.
Lá vai o trem do tempo...
Trilhando um rumo ao nascer,
Vai levando muito lento...
Quem zombou dele, a sofrer.
Seguindo o longo caminho,
Carregado dos ares da sorte;
Me parece estar sorrindo....
Ao levar a própria morte.
Elaine Barnes 1994
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