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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Barulhos da Minha Rua


Pequena e estreita, ela desce inclinada.
Minha rua é barulhenta, de silêncio não há nada!
O marceneiro serra, lixa, martela e a madeira entalha.
Os cães uivam, ladram, gemem, farejam por nada.
A música suave, aos poucos o volume vai aumentando.
A mãe chama o filho, dali a pouco sai berrando.
O carro que não pega, também berra: Acelera!
As crianças deixam os cadernos,
Escrevem no céu com letras cortantes,
Marcando território com pipas pequenas e gigantes;
Sua infância única no coletivo universo.
Os telhados rangem pisados e as telhas quebrando;
Sem poesia sem verso, o que se ouve é xingamento.
É o caos! Minha rua é pedrada, vidraça trincada e batucada!
É mistura de raça, alegria, briga e mão na massa.
É casca de banana na amarelinha sem calçada.
É o lugar que se reúne em festa, velório e casamento.
Mas, descansa sossegada quando a noite com a chuva se lava.
Minha rua então se deita inclinada pra enxurrada passar.
E assim distraída e cansada, me deixa ouvir enfim,
O silêncio da madrugada.

Elaine Barnes 10/11/1995

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