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domingo, 29 de novembro de 2009

Sessão coruja- Barulhos Da Minha Rua


Pequena e estreita, ela desce inclinada.
Minha rua é barulhenta, de silêncio não há nada!
O marceneiro serra, lixa, martela e a madeira entalha.
Os cães uivam, ladram, gemem, farejam por nada.
A música suave, aos poucos o volume vai aumentando.
A mãe chama o filho, dali a pouco sai berrando.
O carro que não pega, também berra: Acelera!
As crianças deixam os cadernos,
Escrevem no céu com letras cortantes
Marcando território com pipas pequenas e gigantes
Sua infância única no coletivo universo.
Os telhados rangem pisados e as telhas quebrando.
Sem poesia sem verso, o que se ouve é xingamento.
È o caos! Minha rua é pedrada, vidraça trincada e batucada!
É mistura de raça, alegria, briga e mão na massa.
É o lugar que se reúne em festa, velório e casamento.
Mas, descansa sossegada quando a noite com chuva se lava.
Minha rua então se deita inclinada pra enxurrada passar.
E assim distraída e cansada, me deixa ouvir enfim,
O silêncio da madrugada.

Elaine Barnes 10/11/1995
Lembrete:Olá amigos! Dia 6 de dezembro meu blog faz um ano. Passou depressa né?! Desde já vou agradecendo os amigos que fiz aqui.
Aproveitando também para avisar que tem promoção de aniversário lá no " Coisas da Bruxinha"Ela está convidando para participar do sorteio. Não tem regras é só linkar. O blog é uma delícia.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

sessão coruja- Paixão com Limonada

Sentir paixão...
Aquela que ergue do chão
Que tira seus pés da estrada
Dá suor nas mãos
E cada poro é sensação
De água salgada.
Mata a sede com tesão
De quem toma limonada.

Sentir paixão...
Aquela que te deixa iluminada
Que brilha até na escuridão
A bochecha já rosada.
É marcar com uma canção
A face tão beijada.

Sentir paixão...
É arrepiar a espinha
No encontro das mãos dadas,
No abraço das pernas juntinhas,
No balanço dos corpos entrelaçados.
Sentir paixão...
É mergulhar na boca molhada
É fazer amor a noite num colchão
E acabar no chão da madrugada
É querer entregar o coração
Sem querer saber de mais nada.

Elaine Barnes 26/01/2099 (foto olhares-João Mascarenhas)



DESEJO


Quando fecho meus olhos,
E meus lábios tocam os teus...
O desejo em meu corpo treme,
E as carícias dos teus gestos;
Tão sensível manifesto...
São como brisa a me tocar.
Leva-me ao delírio mais quente;
Sinto-me como a terra mais ardente,
Esperando a chuva refrescar.

Elaine Barnes 4/01/1996 (Foto Olhares-Renata Vidigal)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

sessão coruja- MINHA RIVAL

Eu só queria ter um pouco de atenção e de carinho...
O mesmo que você dá a ela, minha rival!
Como é difícil tê-la em meu caminho.

A roubar-te de mim aos pouquinhos,
Todas as noites quando a lua invade nosso quintal!
Durante o dia nem te vejo e a noite quando chega te beijo.
Você já está distante de mim e ela tão presente em seu olhar.
É dela teu desejo.
Eu queria ter assuntos mais interessantes e mais importantes,
Ser tão sedutora quanto ela e nos teus braços ficar.
Chega a ser cruel o mel que ela tem! Tão envolvente,
É dona do tempo e da nossa madrugada.
Senhora do teu pensamento, da tua atenção.
Já me arrumei, desfilei, mudei o cabelo e me perfumei com nova essência;
Nada. Não me sente! Despreza meu sentimento e minha solidão.
Tentei de tudo: Diálogos, monólogos, passar nua por você,
Dançar a dança do ventre, gritar que você é ausente.
Cheguei no meu limite.
Cansei de te avisar que isso ia dar em separação!
Perdi a paciência e a culpa é todinha da minha rival: A televisão!

Elaine Barnes( Se fosse hoje seria um laptop rs...)
25/02/1993

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sessão coruja -CONVERSANDO COM A DOR


Dor. Quero dizer-lhe que não sei de onde vens;
só sei que te carrego comigo na inconsciência da tua origem há séculos.
Você dói em meu peito e minha alma e fico procurando os porquês nas situações que crio para te sentir.
Um masoquismo estranho, sem sentido.
Agora sei que és velha demais. Creio que precisamos descansar.
Você pela idade e eu porque preciso desse espaço para o novo.
Mas, me diga o que eu faço para que me libertes?
Não sei de onde tira forças para se apossares de mim!Choro. E é por ti.
Prendes-me à garganta um velho grito que não sai.
Um grito que aprisionas nas profundezas do meu ser.
Às vezes consigo conviver contigo e é quando me enganas e se esconde.
Quando a vida me presenteia de sorrisos, sonhos e realidade.
Quando me liberto e sinto prazer.
Parece durar pouco, aparece das sombras.
Vigias cada conquista, cada passo meu em busca da liberdade.
Não me deixas em paz. Dói enquanto cresço, dói enquanto ganho consciência, dói e aperta meu peito me impondo a morte e ainda assim te encontro na encruzilhada e nas trevas.
Peço-te que saias do meu caminho. Não te quero mais! Nem sei se um dia quis!
Vá e descanse imploro-te ! Não preciso de ti. Aprenda a morrer também!
Quem te disse que és mais do que eu?
Se te dei este poder também devo saber tirar.
Utiliza-se de subterfúgios externos sem coração para usares o meu.
Assim te reconheço na insensibilidade e na falta de respeito e você dói até a indignação.
Eu te reconheço sim. Moras no apego. Mas para onde vou não posso mais te carregar.
Pesas demais. Te liberto e me liberto,pois, pertenço a mim e não a ti.
Pertenço ao amor e não a dor.
Descanse em paz. E na hora da nossa morte AMÉM!
Elaine B.B. 15/04/2003 ( Quando aprendi a não mentir mais pra mim e a não fingir.Sinto e converso,a resposta sempre vem)

domingo, 22 de novembro de 2009

O TREM DO TEMPO



Lá vai o trem do tempo,
A me levar num vagão.
Triste no descampado o vento...
Sopra suave sem razão.

A paisagem zomba correndo...
Marejando meus olhos vazios.
As linhas a desenhá-los, morrendo...
Nos trilhos dos caminhos sombrios.

O som do apito é um aviso,
Que o trem não tem parada;
E os meus olhos tão sofridos...
Seguem perdidos na estrada.

Outras linhas vão cruzando,
Marcando-me a face cansada;
Seu destino vai traçando...
Deixando minh’alma calada.

Lá vai o trem do tempo...
Trilhando um rumo ao nascer,
Vai levando muito lento...
Quem zombou dele a sofrer.

Seguindo o longo caminho,
Carregado dos ares da sorte,
Parece-me estar sorrindo...
Ao levar a própria morte.

Elaine Barnes 1994 (melhor não zombar,melhor viajar aproveitando a beleza da paisagem)
Amigos, tenho uma gde amiga que acabou de fazer um blog, gostaria muito que visitassem , pois, vale a pena http://geisamachado.blogspot.com/ "A força e a beleza de ser mulher "

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

sessão coruja- Moleza Branca

Deixa estar então...
Uma borboleta linda vem de uma lagarta estranha.
Deixa estar...
A folha que a abriga é a estrada pra ela rastejar,
Com toda sua moleza branca .
Se as lagartas nascem,
Existe a certeza de se transformar!
Deixa estar então...
Se vai doer ou não, ela irá crescer
Secará as asas no ar
Sua pele estará no chão e nem irá olhar
Apenas se preparando para o que tem que ser
Deixa estar então...
A folha tb secará e deitará
Nunca mais será a mesma...
E a borboleta de asas lilás
Da lagarta nem se lembrará
Deixa estar então...
Que as flores a recebam
E a deixem ir pousar aonde quiser
Sensível , levando mensagens
Com beleza de mulher
Deixa estar então...

Elaine Barnes 4/12/08

BOCA DÁgua


Mostrava seu sobretudo verde com ares hortelã ,
Cobria então a blusinha branca quase virginal.
A face salpicada com sardas tom de avelã.
Erguia um sorriso sensual.

Limpo seu rosto corado,
Com textura de maçã .
E nas mãos vc é meu barco...
No orvalho fresco da manhã.

Te solto do cais e desliza,
Na boca d`agua nua de paixão.
Num rio vermelho tão doce baliza ...
Você desfila, deixando o sobretudo no chão.

Elaine Barnes (Nesse calor nad como uma fatia de melancia!)
10/12/08
Amigos, tenho uma gde amiga que acabou de fazer um blog, gostaria muito que visitassem , pois, vale a pena http://geisamachado.blogspot.com/ A força e a beleza de ser mulher " Em busca de um Príncipe" está de arrasar! Texto excelente mesmo! Espero que gostem e sigam. Muito Obrigada

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

sessão coruja- Beijo Na Boca Tem Cor!


Às vezes me pego pensando na importância de um beijo.
Quando realmente quer beijar.
Quando o corpo todo vira uma só boca;
E você fica inteiro num beijo.
Quando ele tem o valor que você dá.
A lua vira queijo...
Seus olhos fecham como comportas no mar,
Como se as ondas pudessem ser somente suas!
Batem e voltam dentro de você.
Arrebentam de prazer.
As mãos tocando sua nuca,
Com dedos de mimos a te beijar.
A intenção dos lábios se procurando,
Sabendo que é você que ele quer.
Não apenas uma boca qualquer. É a sua!
É a que importa. Afeto e ternura.
E depois... Sempre tem o depois;
Fica aquele gosto de quero mais!
Abrem-se as comportas e todo o mar te invade.
As bocas se procuram de novo e beijam de verdade.
As línguas se doam na união que se faz.
O chão some dos seus pés e você voa.
O corpo esquenta quase uma febre! Mas te deixa leve.
Você bóia no mar e sente asas no estômago.
Beijo na boca com importância tem cor...
É o mercúrio no termômetro do amor!
Elaine Barnes (foto olhares Joao Marques)
18/02/09

BEIJA-ME

Que seja de borboleta
Ou de esquimó;
De violeta,
Sem dó!
Beija-me.
Que seja de amor ou
De cinema,
Violento ou suave
Feito pena,
Beija-me!
Quero tua boca na minha,
Me entregar ao desejo,
Ser mulher e tua menina,
Me encontrar no teu beijo.
Pode ser quente,
Macio e molhado.
Levemente sugado,
De olhos fechados...
Beija-me!

Elaine Barnes 1997 (foto Olhares Fatima Joaquim)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dá-me o dom da Palavra




Agradeço ao Senhor que me dá a vida.
Agradeço a manhã que me dá o sol.
Agradeço a natureza, o cair da chuva...
Agradeço a tarde que finda o trabalho...
Trazendo a noite pra sonhar.
Obrigado Senhor pelo meu dom, a saúde;
A alegria que também me faz chorar!
O Senhor me deu a lágrima de emoção
E o sorriso da compaixão.
Livra-me do mau pensamento,
Que por um momento me afasta de Ti.
Não deixeis cair no esquecimento,
Que por maus pensamentos voltarei aqui.
Dá-me o dom da paciência,
Que por conseqüência me levará mais perto de Ti!
Não deixeis que Tuas sabias palavras,
Se percam no tempo...Mande-as de volta,
Num sopro de vento...
Dá-me uma chance, estarei aqui!
Quero amar meu irmão; mas, se perder a razão;
Dá-me seu perdão, irei me redimir!
Ajuda-me na missão que escolhi.
Dá-me força pra Teu caminho seguir!
Só na fé Te encontro, não há mais onde Te buscar!
O Senhor está dentro de mim.
Faça-me então, Teu instrumento,
Dá-me o dom da palavra, para quem pensa ser o fim.
Sou teu humilde servo e o mais belo...
É que sou uma pequena flor no Teu imenso jardim.

Elaine Barnes 13/08/1992
Agradeço a Deus e a todos que compartilharam comigo o nascimento desse pequeno botão no meu jardim. Em 92 nem imaginava essa estrela no meu céu. Obrigada amigos!

domingo, 15 de novembro de 2009

Nasceu Uma Estrela Na Minha Constelação DAVI!



Nasceu Davi, meu neto, dia 14/11/09 às 00:24h com 3.285kg e 49cm, de parto natural qse de cócoras, sem anestesia e nenhum grito; com a mãe Michelle hiper preparada, tranquila, guerreira que surpreendeu médicos, enfermeiras e a todos nós. Achou a experiência maravilhosa, amamentou na hora. O Pai Lucas igualmente tranquilo, acompanhou tudo e da sala de parto passava o rádio nos avisando de tudo que acontecia, inclusive na hora do nascimento ouvimos o primeiro choro pelo rádio e a Monique (minha filha mais nova que está na Irlanda) ligou no mesmo instante e pode ouvir o primeiro chorinho do sobrinho pelo telefone. Chorou né gente! Difícil estar longe nessa hora,primeiro sobrinho... Enfim, estou muito orgulhosa pela filha e genro que tenho e pelo meu primeiro netinho que me fez sentir o que é amor a primeira vista! Obrigada a todos que sempre ligaram, perguntaram, acompanharam, mandaram mensagens, e que se importaram de verdade, por amor a minha pequena família. Do meu ventre nasceu uma árvore que já deu seu fruto, precioso,história de amor de uma menina que gerou uma outra menina que deu a luz a um menino. É mágico! Estou "xonada" e muito feliz ! bjs a todos da vovó coruja


sessão coruja- MEU EU INFANTIL



Nunca fui dada a poesia,
Tão pouco li alguma obra.
Sem intimidade com a rima...
Comecei meus versos na escola.

Rimei crua com lua,
Iracema com Helena,
Nasceu o primeiro poema,
Da pobre menina de rua.

Fui gostando de escrever,
Embora sem muita temática,
Porque o complexo português,
Confundia-me a gramática.

Sem muito gosto pra ler,
Entre namoro e amargura,
Rimei viver com sofrer...
Cresceu a menina de rua.

Do meu ventre, berço esplendido,
Madura a fruta nasceu.
Busquei nas rimas sentimento...
Encontrei a obra de Deus!

Finalizando esse poema ou diário,
O deixo, porém incompleto.
Uma obra é algo mágico, mas,
O portugues é correto.
Mágico mesmo é ter um neto!

Elaine Barnes 24/08/1995

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

sessão coruja- CALCINHA DE VIDRO


Ela era uma na multidão feminina.
Há quem diga que a multidão era ela.
Conheci esta mulher perdida, vagando pelos trilhos...
Perdeu o trem, não viu a paisagem.
Na estação sem primavera... Nenhuma flor, nenhuma passagem.
Observei aquela mulher de estranha beleza,
Vi no seu rosto uma sutileza, porém o olhar era escuro, sem luz;
A boca entre aberta em lábios carmim e ancas volumosas; tão mortas!
Seu caminhar era pesado como se arrastasse o mundo.
Estendi-lhe a mão e pude sentir a frieza sem sangue.
Disse-me em tom baixo e casto, que fora vítima de engodo.
Sonhara em amar, desejar, se entregar ao prazer...Proibido.
Castrada no seu viver queria ser uma pedra preciosa, transparente...
Tornou-se uma luz guardada, como fosse a gema do ovo.
Num tom muito baixo, tanto quanto seu olhar, em transe, buscava um sentido.
Um apito ao longe gritava seu sofrer e lhe oferecia um vagão.
Um abrigo. Afastou-se de mim arrastando sua multidão infeliz e doente.
Rogava uma chance.
Eu soube que naquela estação ela vagava há anos vestida em "calcinha de vidro".
Só queria pegar o trem e seguir sua própria viagem, um mito!
A multidão de mulheres a perseguia e os homens fugiam.
Confusa, perdia o trem da liberdade e se encontrava só num trilho.
Seguia preciosa e transparente, vestida de vidro embaçado de falsa castidade.

Elaine Barnes
6/12/08

EIS!
Eis que apareço enfim,
Qual estrela que no coração brilha.
Eis que descubro a vida,
Num talento escancarado,
Belisco-me, Viva!
No mistério descobri segredos,
Num pulsar de vida,
Despi-me dos medos.
No fluir da veias vesti versos e sorrisos.
Eis que surjo do nada,
Reconheço a caminhada,
Entre refrões e narcisos.

Elaine Barnes 1996

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

sessãocoruja- SORRISO DO MAR


Por mais que eu me sinta injustiçada e agredida.
Por mais que eu tenha que me desgastar...
Por mais que eu tenha que matar um leão por dia...
Todo esse endurecimento desaparece no sorriso do mar.

Tem nele a paz que se encontra com a minha.
Tem ele a grandeza de minh`alma.
Tem a vida guardada nas profundezas,
No silêncio profundo da calma.

Essa imensidão de beleza,
Pra quem conto meus segredos...
Leva pra sua natureza,
Meus anseios e medos.

Seu sorriso vem nas ondas,
Na espuma sobre meus pés...
Conforta minhas dores,
Que se vão com as marés.


Sorriso de sal,
Que me faz tão bem;
Nas noites de lual...
Não abandona ninguém.


Elaine Barnes

26/12/08


DESFILE




Nasce quieta e serena,
Com ares de morena,
Deslizando num tapete bordado;
Num manto tímido e apertado.

Vai ganhando força no caminho;
Exuberante, cristalina,
A desenhar pedras...reluzindo,
Num espelho , seu destino.

Tão doce, revôlta e fria...
Abraça a margem com paixão,
Livre, solta e exibida...
Desce, escrevendo no chão.

A queda findando o desfile,
Coroa a senhora já grisalha,
Se desmancha em lágrimas no declive...
Explodindo em chuva de prata.

Elaine Barnes 1996

terça-feira, 10 de novembro de 2009

sessão coruja- VOZES DA MENTE

Deixem-me cá com meus demônios!
A combatê-los um a um;
A derrubá-los de seus pedestais...
A querer todos e nenhum.

Deixe-me cá no caminho,
a saber que não vou sozinho.
Nas sombras dos meus "ais",
Moram demônios, nada mais.

Em punho espada iminente,
Seguindo as vozes da mente,
Duelo num combate mudo,
A vencer invasores do meu mundo!

Nuvem de vagalumes, a acender e apagar!
Feito lamparinas de luar na madrugada nua,
Deixando aqui e acolá...
Um demônio esquecido na rua.

Deixe-me! Tal qual botão escondido,
Na roseira da madrugada;
A espera do alvorecer...
Para ofertar a flor solitária.

Sigo os vagalumes, a iluminar meu caminho.
Não há mais sombras, apenas o despertar na aurora fria.
Não sigo mais sozinho,
Vou de braços com a vida!
Elaine Barnes 30/08/1995


PEDRAS BRUTAS

Loucos do abismo, almas feridas.
Perdidos na inconsciência, sem aplausos da vida.
Vaias da carência, abandono da lucidez,
Ora sapiência, ora insensatez.
Quem poderá julgá-los, se todos nós somos um pouco?
E ao ignorá-los? Não seremos mais loucos?
Nos dementes disfarçados aplaudimos a sabedoria;
Nos curvamos enganados no que acreditamos um dia.
Serão eles; sementes plantadas na amargura?
Ou árvores com frutas ausentes perdidos na estrutura?
Talvez pedras brutas, atacando pra defender seu mundo imaginário,
Fechando em paredes a vida, escondidos atrás do muro .
Mergulhados em pânico profundo, alguém emergiu do lago.
Uma imagem refletiu-se no espelho e
Olhou sem reconhecer o companheiro.
Cospiu palavras num monólogo solitário, no eco da solidez.

- " Quem dera ser louco senhor!
Não sou nem um pouco, só estou num beco sem saída.
Bebi muito depressa a vida, que me causou essa embriaguêz!
Minh´alma está bêbada amigo! Só isso."

Elaine Barnes (Redação que fiz em 1994)

domingo, 8 de novembro de 2009

A QUATRO MÃOS

Esvaziei meu baú e encontrei sorrisos,
Estavam guardados por tanto tempo...
Alguns eram escancarados de felicidade,
Outros eram risinhos amarelos de saudade!

Fui guardando todos e esqueci,
Dei importância aos que não sorri,
Dos doces sorrisos eu me esqueci.
E no meu baú eu guardei tudo de mim.

De lá saíram os sorrisos das cirandas,
A alegria tão pura e ingênua das crianças...
Fotos de um amor que o tempo não amarelou,
Uma rosa seca que nunca se despetalou!

Da rosa, o tempo o perfume acabou,
Mas num frasco pequeno guardou a menina...
A menina que nem pensava em ser mulher!
Guardou o perfume sem se lembrar...
Que com o tempo o aroma termina!

E de dentro do baú ainda saíram outras alegrias,
Papeis amarelados rabiscados de poesias,
De alguém que se perdeu em mil sabores,
E se encontrou em amores versos e flores!

De alguém que no palco da vida não soube atuar,
Foi verdadeira demais na arte de amar!
E do baú ainda saíram outros sorrisos,
Algumas manhas e pequenos caprichos...

Um grito de amor, outro de liberdade,
Um grito de auto-estima de uma menina...
Que hoje é mulher,feita para a vida aceitar,
Cada gota de ensinamento na arte de amar!

Agora no baú não mais me debruço. Cresci!
Reviro mais um pouco e retiro retalhos de mim.
Esse baú não tem fim, um baú sem fundo,
Na realidade é minha vida, meu mundo.

Ainda tem espaços vazios dentro dele.
Vou preenchê-los com sabedoria e felicidade.
E nessa doce loucura de viver, serei humana,
Mesmo que a insensatez de viver me faça insana!

Não quero guardar nenhuma tristeza passada,
Quero juntar alegrias e folias, nunca melancolias!
Quero ser princesa, rainha, deusa ou meretriz,
Mas jamais, de forma alguma deixarei de ser feliz!
Esse é o encantamento de ser uma eterna aprendiz!


Sandra Botelho e Elaine Barnes
http://vidaseverdades.blogspot.com/
Site Olhares Fuing ideas foto SU&EMA

7/11/09

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

sessão coruja- O TILINTAR DAS CHAVES


Nada mais tenho a escrever, a relatar caminhando em uma folha.
É como se vasculhasse nos meus baús e não encontrasse mais nada além de velhas estórias.Todas sem graça.
É certo que alguns baús ainda estão fechados.
Quem sabe se eu experimentar todas as chaves do molho que trago nas mãos?
Não é possível que eu não tenha mais nenhuma notícia de mim!
Vasculhei nos meus baús abertos, remexi, li, escrevi...
Achei sorrisos, amor, infância, pureza... Rodei na ciranda e abri a mulher
Fiz crianças e brinquei de novo, felicidade verdadeira!
Relatei tantas estórias, vivi tantas memórias, das naves no espaço até o bem me quer!
Fechei vazios esses vasculhados baús então, que usei, vesti e adormeci.
A criança cresceu, a mulher se perdeu e o sonho morreu.
Agora só encontro mais chaves. Nada mais. Nenhuma notícia!
Nada a declarar a não ser que tenho chaves nas mãos.
Experimentar nos lugares certos.
Arrumei as gavetas, modifiquei a saleta, limpei cada canto.
Comprei enfeites e iluminei a árvore de Natal
Juntei as canetas, arrumei os papéis engoli meu pranto;
Pintei o quintal; cortei a grama e lavei as pedras com sal.
Esvaziei o porão...Silenciei.
Ouvi minha alma. Apenas o tilintar das chaves.

Elaine Barnes
5/12/08


SENTEI NAS PALAVRAS




Ah hoje estou assim...assim...
De meia lua. Minguada !
Meu corpo treme e sinto que é raiva.
Ah! Enfim desocupou um banco!
Queria tirar o tamanco...
Deixar as pernas jogadas!
Ai, preciso tanto de mim!
E tem tanta gente aqui...
Eu estou tão irritada!
Tem um cara dormindo ao meu lado,
O corpo todo relaxado...
E o meu todo travado...
Sentado nas palavras!
Que dia viu! Estou sem paciência!
Esse barulho tampando o túnel do meu ouvido,
lá dentro desesperado sacodindo meu grito...
No labirinto da inconsciência.
Duvido!
Nem sei se estou cheia ou vazia!
Acho que hoje estou andando no vácuo da fé.
Com raiva também desse esmalte velho no pé!
Engoli os "s"mesmo e daí? Eu tô uma azia!
Ah, enfim meu apito!
Quero sair desse ébano,
Esse metrô é um bandido;
Então....Abre-te Sézamo !

Elaine Barnes (chutando as letras)
10/12/08

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sessaõ Coruja- CHUTANDO LATA


Vou por aí “chutando lata” como Osvaldo!
Na rua pessoas seguem seu caminho,
Enquanto eu chuto o destino...
Jogando mesmo para o alto!

Sei lá viu! Vou ou fico?
Dou bom dia ao vizinho,
Abro pra ele meu sorriso...
Sigo chutando lata. Descalço.
Vejo gente chutando o destino...
Dos outros!
Eu vou chutando o meu!
Quem sabe ele se incomoda?

Já pensou?
Vai que ele reclama,
E exclama - Qual é!
Chuta não Zé, senão...

Vai que me conta aonde essa lata irá!
Esse “senão” é tudo pra mim.
Vai que numa esquina, quiçá...
Numa avenida, o descubro enfim!

Sei lá! Quem sabe o destino,
Ta na ponta do meu pé!
Cuidado aí Zé! Chuta não!
Senão...A lata vira latão!

Sei lá, quem sabe meu destino,
Ta dentro da lata?
Olha aí, Zé Mané! Abre a lata!
Pois é. Vou por aí...Catando lata.
Abrindo, senão...

Elaine Barnes
10/01/09

FRUTA BICADA




Ah! Fala sério!
Vai me dizer que não me viu?
Olha pra mim!
Tira da boca esse assovio;
Baixa esse olhar de noite enluarada.

Fala sério!
Sai desse umbigo!
Nem percebe o incesto da minha língua,
Beijando-me o céu da boca de castigo?

Fala sério, insensível!
Estou sofrendo como fruta bicada.
Você é um pássaro muito terrível...
Então, voa com a asa quebrada!
Fala sério!

Elaine Barnes
11/12/08

domingo, 1 de novembro de 2009

RUBI





Naquela madrugada
A face corada
A boca beijada
Eram rubis
O olhar preguiçoso
Desabrochava como flores
As mãos macias e suadas
Na minha nuca coladas
Eram rubis
O vinho bebido na tua boca
A taça enlaçada em teus dedos
Teu peito abrigo dos meus cabelos
Era tudo que sonhei
Eram delicados rubis
A cama desarrumada
Sua voz sussurrada
Seu toque em mim
Um momento assim
A meia luz ofuscante
Simples e cintilante
Minha estrela amante
Meu brilho de rubi.

Elaine Barnes
30/10/2009



Sessão Coruja DANÇA DA LUA






Como fosse bailarina,
Dançando entre amores,
Brilhava em purpurina,
Enfeitiçando as noites.

Não estava sozinha,
Enfeitada de confetes e serpentina.
Reinando absoluta...
Como fosse bailarina.

Chega nas noites em silêncio,
Sempre jovem e admirada,
Como fosse dona do tempo...
A Bailarina moça, calada.

Dança com pés de vento,
Mas parece tão parada!
Somente o poeta a vê...
Nas noites que não dizem nada.

Buscando nela um bem querer,
Ao vê-la tão imaginária...
Declarando-se sem perceber... A bailarina,
Como fosse a mulher amada.

Elaine Barnes junho de 1997
(fotos site olhares e google)