Às vezes quebramos e ficamos em manutenção. Vem o medo.
Durante esse tempo, vemos tudo girando enquanto estamos quebrados. Ora fica tudo de cabeça pra baixo, ora somos derrubados.
Estatelamos no chão. Um susto! Mas a roda gigante não quebra. Continua girando.
Aos poucos nossas engrenagens vão pegando o ritmo, nossas peças novas vão se movendo... E retomamos na busca do prazer e da felicidade, concertados com nova chance.
Alguém maior, Dono da casa das máquinas e de todos os botões, controla tudo!
Nossa diversão nesse imenso parque depende de como O tratamos.
Há também os brinquedos mascarados. Estes vivem assim, na máscara, pois não se arriscam, apenas assistem e fingem participar. Estão sempre com seu sorriso de plástico intocável.
Às vezes o Dono da casa das máquinas se aborrece e os deixa cair. Ficam irados! A noite sempre vem... E o Dono dos botões acende as luzes para que todos se vejam. Os quebrados olham com esperança para os já concertados. De manhã ele as apaga para que o dia com sua luz própria ilumine o que ficou escondido sem concerto: As máscaras plastificadas e quebradas, amontoadas num canto do parque brigando entre si, enquanto os brinquedos reluzem trabalhando em conjunto com a roda gigante;
Aprendendo a brincar, aprendendo a sonhar, aprendendo a mudar, aprendendo a recomeçar, a ser humilde...Aprendendo a aprender.
Elaine Barnes (em manutenção)